30 setembro 2005

acelerando o passo




Pois... ora pois!

Estamos em campanha eleitoral autárquica e há que acelerar o passo.
Deve ser por isso que os buracos de sta. engrácia, localizados no passeio do Lg. Henrique de Paiva Couceiro, junto à movimentada Estação de Oeiras da C.P., os quais referi por diversas vezes, finalmente foram tapados. ALELUIA!
Por enquanto apenas com terra. Agora há que aguardar a disponibilidade da brigada calceteira para reconstruir a calçada como manda a sapatilha. Sim, a pedra é cara e não se arranja facilmente. Que o diga quem dela depende, pois.
Ou talvez estejam a pensar deixar passar as eleições, para depois voltarem a abrir os buracos... O que será muito mais simples se ainda não estiverem calcetados, pois.

Aqui ficam as imagens colhidas hoje pelas 13:54.

28 setembro 2005

trouxe-mouxe...

...que é como quem diz: várias foram as situações que o olharapo topou nos últimos dias, mas que na falta de tempo para tratar individualmente e atempadamente, opta agora por colocar aqui todas à molhada. Alguns casos sobrelevaram e já se resolveram, mais ou menos, outros mais recentes estão em aberto (literalmente).
Na impossibilidade de tecer grandes comentários, faço apenas uma referência simples ao que cada imagem representa. Estas falam por si.


08 SET - Estava um carrinho de compras do Pingo Doce vazio e abandonado no abrigo da paragem da 471 no Alto da Barra. O pormenor curioso é que na ranhura de inserção da moeda tinha uma daquelas peças de plástico habitualmente usadas pelos empregados dos supermercados...


14 SET - No entroncamento da R. da Madeira com a Av. Infante D. Henrique, na Medrosa, num local em que se pode virar tanto à esquerda como à direita, apareceu este curioso e divertido sinal de sentido obrigatório a apontar... para a saída da rua! Talvez para os condutores não terem a tentação de sair por cima dos passeios ou do relvado adjacente...


15 SET - Às 00:15 a LisboaGás estava junto ao Pingo Doce de Sassoeiros a trocar bilhas de gás. E não se trata de bilhinhas de campismo, mas daquelas grandes que para serem descidas das camionetas, o são deixando-as cair com a base no chão com grande estrondo. Aqui mora gente e deste lado são os quartos de dormir, porra!
Se é a priori questionável a localização do reservatório das bilhas, será legítimo fazer este trabalho a esta hora da noite quando as pessoas estão a dormir (ou a tentar...)?


16 SET - Esta fralda ou cueca-fralda de criança ou lá o que seja esteve mais de uma semana entalada num corrimão junto ao Pingo Doce de Sassoeiros. Há papeleiras e contentores de lixo por perto... para aquelas a quem o bom-senso não explica que estas coisas guardam-se e levam-se para casa, onde se deitam fora.


27 SET - Junto à Estação de Oeiras, já não bastava o famigerado buraco de sta. engrácia que já referi aqui. Agora abriram mais um. Será que há ouro, diamantes ou petróleo no subsolo de Oeiras e alguém anda a fazer prospecções à socapa...?

Alea jacta est

21 setembro 2005

buraco de sta. engrácia



Para abrir este nóvel espaço que agora inauguro e que é a concretização da transformação da minha mailing list "o Olharapo de Oeiras" num formato mais interessante aos subscritores e acessível também ao grande público e que tem ainda a particularidade de permitr aos visitantes que deixem os seus comentários sobre as matérias expostas, coisa que o convido desde já a fazer, trago um caso que me deixa intrigado (ou talvez não...):

Um buraco, a que chamo 'BURACO DE STA. ENGRÁCIA'.
O dito cujo existe no passeio da Rua Henrique de Paiva Couceiro, junto à Estação de Oeiras, ao lado do parqueamento para transportes públicos ali existente. Este passeio fica do lado da linha de caminho de ferro mesmo em frente à estação de serviço da Galp.

A Foto 1 foi tirada no dia 13 JULHO, às 13:44 e a Foto 2 no dia 08 SETEMBRO, às 13:21. A primeira mostra o buraco pela altura em que foi aberto e a segunda mostra o estado actual do mesmo.
Apanho naquele local a camioneta quase todos os dias e só me lembro de ver alguém a trabalhar ali na altura em que abriram o buraco. No início de JULHO portanto. Nunca mais lá vi ninguém.
Entretanto o tempo, o vento, a intempérie, encarregaram-se de degradar a situação. As barras de protecção, que existem para alertar os peões, não é raro estarem caídas no chão, o monte de terra removida e acumulada na beira do buraco tem lentamente escorregado na direcção do lancil, o buraco tem-se transformado num vazadouro de lixo, por aí fora.

Faço notar que o passeio, ali, tem a largura mínima habitual. Ou seja, se com uma ou outra camioneta estacionada, e as árvores, já era difícil passar, com o buraco é uma aventura cheia de contorcionismo. Perigoso.

Estarão à espera que algum idoso, uma criança ou alguém deficiente (cego, p.ex.) caia no buraco e se magoe para fazerem alguma coisa? E se acontecer, quem é que paga?

Uma análise atenta do local leva, com uma forte segurança, a imaginar potenciais riscos e dramas. Por exemplo, se alguém escorregar no monte de terra e cair no chão corre o risco de ficar com as pernas fora do passeio, logo, no parqueamento; se por uma daquelas coincidências (existem, acontecem diariamente) estiver uma camioneta a estacionar, o movimento destas é muito intenso, talvez 1/min., não é improvável a pessoa ficar com os pés esmagados pelo pesado.

Pode parecer que estou a dramatiza demasiado, mas... concordo com o dizer «Não acredito em bruxas, mas que as há, há...» Por isso acho que vou ficar de olho no buraco, pelo menos para ver se não sou eu quem lá cai!!

12 setembro 2005

o gato de Zaratustra



Zaratustra tinha um gato.
Admirados!? Compreende-se, este facto numa foi tornado público e o próprio Nietzsche desconhecia-o em absoluto. Mas esta é a mais pura das verdades!
De onde tinha surgido o bichano? Bom, do sítio de onde vêm todos os gatos, da barriga da mãe gata através do orifício natural do corpo, né? Bom, o melhor é contar a estória desde o seu início.
Zaratustra subiu à montanha, onde passou longos anos a julgar pelo aspecto sujo, fedorento e andrajoso com que se apresentou quando dela regressou para trazer a boa nova, que transportava bem acondicionada dentro dum saco plástico para a proteger da chuva, no interior do seu alforge Louis Vuitton que uma águia lhe oferecera num momento de fraqueza. Sim, acontece a todas as águias. Sempre surge um dia na vida em que alguma sente a necessidade de abrir as garras e libertar-se de algo que a prende à luxúria.
Que quando subiu à montanha ia sozinho, não se fez acompanhar por ser nenhum, vivo, semi-vivo ou morto, sabemos com um rigor, podemos dizê-lo, matemático. Que quando voltou vinha acompanhado dum magnífico felídeo negro, sei-o eu e com uma profundíssima certeza.
Onde o arranjou? Tê-lo-á sido na montanha, per supuesto. À ida ou à vinda? Isso é um mistério. Foi ele que o chamou, ou o bicho aproximou-se de sua livre vontade? Mais um mistério. Queria, desejava Zaratustra, a companhia do animal para aplacar a sua solidão? Outro mistério ainda. Muitas questões ficam por resolver porque Zaratustra ele próprio manteve sempre o silêncio sobre o assunto e mudava de conversa quando o mesmo era abordado pelos curiosos que acorriam a ouvi-lo pregar, por vezes ficando mesmo irritadiço e começando a citar Nietzsche aos berros e a praguejar contra os homens de rebanho como um possesso.
A sua irritação foi tão grande um dia, que entrou no bordel da Ciete e pediu, exigiu, ser servido por uma puta, mas que tivesse bigode e estivesse cheia de sífilis, tal a sua admiração pelo poeta! Isto sempre com o gato atrás de si, que mirava curioso aqueles corpos debochados, rotos, e surrados, miava baixinho, parava, lambia as patas, içava a cauda e miava de novo. A bronca foi tão grande que chamaram a gnr e Zaratustra acabou, com o gato, a noite nos calabouços, sob a acusação de ser um intelectual anarco-sindicalista pré-existencialista pseudo-racionalista de tendências idealistas! Acontece que o sargento que o interrogara era gay...
Seja como for, a verdade é que o gato era muito afeiçoado a Zaratustra, amor em que era correspondido. Não era raro ver Zaratustra a vasculhar as prateleiras do Minipreço de Xabregas à procura de latas de ração para gatos. Das mais baratas, que a vida de profeta não é fácil. Que se saiba nunca nenhum enriqueceu a pregar verdades. O caminho da riqueza é o caminho da mentira, que o digam certos políticos... pois.
Ora o gato de Zaratustra tinha um hábito curioso. Deveras curioso, porque hábitos destes são mais vulgares nos cães, nos papagaios e nos carneiros, que nos felídeos. Gostava de rabiscar. É, ninguém sabia onde e como aprendera, mas era frequente vê-lo muito concentrado de esferográfica bic na pata e papel na frente a rabiscar durante tardes inteiras, com o sempre jack daniels no sempre copo ao seu lado, no sempre snack do barrio. Gatafunhos, diziam as más línguas. "Boas línguas, o que será isso?", pensava o gato, lembrando a rósea e doce língua duma gata que conhecera em tempos e que não via há uma eternidade. E gatafunhava, gatafunhava, furiosamente, enchendo o papel com estranhos hieróglifos duma língua que só ele conhecia.
Até um dia. HOJE. Um dia em que lhe foi dada a oportunidade de gatafunhar para quem conseguir subir até aos píncaros da sabedoria. Como o Gilgamesh, que quando perguntava "Onde está o homem capaz de subir até ao céu?" sabia do que falava. Oh, oh...

É isso que vai acontecer a partir deste momento neste espaço da blogosfera. Os gatafunhos do gato de Zaratustra aqui estarão. Com um objectivo que não precisarei de salientar ou explicar. As palavras dele gato falam por si.
Leia, na horizontal, na vertical, na diagonal, deitado, em pé, de cócoras, como lhe der mais jeito; babe-se; cuspa-se; lacrimeje; chore baba e ranho; sorria; ria; rebente-se às gargalhadas; faça manguitos; tire burriés do nariz; dê bufas; arrote; comente.
Mas... não fique indiferente, porque:

"NÃO É A DÚVIDA, MAS A CERTEZA QUE ENLOUQUECE" (Nietzsche)